Havia um pequeno cérebro que vivia dentro do crânio de certo homem chamado João Cascão que era um psicólogo, que exercia a ética em sua função, prestava serviço com qualidade, era muito sigiloso, seguia a risca o código de ética, e se sentia feliz por ter a consciência de estar fazendo o certo. O pequeno cérebro sabia disso,pois ele tinha acesso a todas as memorias e pensamentos do João. Mas naquele momento estava passando por situações a serem solucionadas por ele mesmo.
O
pequeno cérebro era a parte mais desenvolvida e volumosa do encéfalo, pesava em
cerca de 1,3 kg e possuía uma linda massa de tecido cinza-róseo. Era perfeito.
Porém se sentia pequeno diante dos outros órgãos. Por diversas vezes observou o
coração bombeando com muita alegria o sangue por todo o corpo do João Cascão.
Era tanto afeto que o coração tinha pelos pulmões que bombeava o sangue do seu
lado direito (pequena circulação) especialmente para eles. Estes retribuíam ao
afeto recolhendo de dentro de si o oxigênio e liberando dióxido de carbono e
retornando ao coração. Era tanta união entre eles que o pequeno cérebro passou
a sentir raiva daquela situação.
Irritava-se pelo simples fato de lembrar que
os pulmões faziam o João respirar.
O
pequeno cérebro estava cheio de tristeza, achando que não tinha tanta
importância, quanto os outros órgãos.
Certo dia, o João sofreu um acidente e bateu a cabeça, levando a ter uma
lesão o que afetou bruscamente o pequeno cérebro, o que fez com que o João
tivesse perda dos movimentos sensoriais. Ele foi tratado pelos médicos por um
bom tempo e com isso o pequeno cérebro voltou a ter suas funções normais.
Foi
então que deu por si que ele tinha grande responsabilidade por algumas funções
do corpo do João. Passou a sentir uma alegria incrível o que fez com que
transmitisse diversas conexões pelo corpo, informando que agora estava tudo
bem. Observou que nunca esteve sozinho, já não tinha mais medo de ser
rejeitado, reconhecia que seu papel era de extrema importância, pois era o
principal órgão do sistema nervoso central. E tinha diversas tarefas a cumprir
como: controlar a temperatura corpórea, a pressão arterial, a frequência
cardíaca, a respiração; aceitava milhares de informações vindas dos vários
sentidos, controlava os movimentos; deixava o João pensar, sonhar, raciocinar e
sentir emoções.
Desfrutou
de tanta alegria que agora transmitia afeto aos outros órgãos, pois a seu ver
todos deveriam estar bem e unidos. Não se enxergava mais como o pequeno cérebro
mais como um gigante com grandes responsabilidades a cumprir. Mas com alegria
constante e agindo com ética.
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