O INDIVIDUALISMO PRESENTE NA REFORMA PROTESTANTE E SUA CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DA PSICOLOGIA.
Martinho Lutero marcou a chegada dos tempos na Europa, sua vida e sua obra é bastante conhecida nos dias atuais, as abordagens do século XVI permitem nos melhor situa lá na historia, e seu modo de viver em seu tempo. As leituras de suas obras nos fazem compreender o percurso de sua vida.
Lutero foi um monge reformador de Witenberg, a sua principal preocupação seria de qual forma ele obteria a salvação, sendo dessa forma decidiu tornar se monge, levando consigo o seguinte pensamento: “Como posso conseguir o amor e o perdão de Deus?”. Lutero descobriu que para se obter o perdão de Deus, não era necessário sacrifícios como a igreja apresentava, bastava somente o individuo apresentar fé em Deus .
Esse simples pensamento de Lutero deu origem a uma nova compreensão da Igreja em relação ao sacerdócio, da espiritualidade e da devoção. Ele acreditava que a Igreja necessitava de uma renovação e essa renovação se daria a partir do evangelho de Jesus Cristo e não pelas formas opressoras apresentadas pela a igreja.
Com todas essas mudanças a instituição eclesial não foi colocada em questão enquanto tal. É certo reconhecia se em maior ou menor grau o fator de haver abusos, mas a igreja em si não era rejeitada.
Os concílios afirmavam que “fora da Igreja Católica não há salvação” essa foi a tese desfeita por Marinho Lutero, que não acreditava que a salvação estava ligada a Igreja Católica, mas sim pela fé em Jesus.
O autor Walter Waltman no seu livro sobre Lutero dizia que a eclesiástica, ela própria, a hierarquia e o clero apresentavam evidentes sinais de fraqueza.
Outro ponto a ser destacado é referente as indulgências, era algo que ia contra as convenções da Reforma Luterana, pois segundo Lutero a busca de uma indulgência desferia um duro golpe na sinceridade da penitência. Pois a mesma era interpretada pela Igreja como a forma de remissão de uma pena que tinha sido imposta ao penitente, depois que ele tinha compensado sua falta e recebido a sua absolvição.
Baseando assim a ideia de que um ato pecador compreendia não somente uma falta, mas sim uma pena que o pecador devia cumprir sobre a terra ou no purgatório.
As atribuições das indulgências estavam atreladas as necessidades financeiras do papado. As indulgências a qual Lutero iria se levantar seria promulgada em 1506 e renovada em 1517. As somas que eram recolhidas eram destinadas a construção de basílicas e uma percentagem cabia ao arcebispo.
Lutero sempre insistia na necessidade de um verdadeiro arrependimento, pois esse arrependimento estaria ligado ao valor de sua contribuição.
A medida que Lutero se opunha a Igreja tradicional, surgiram de forma gradativa divergências notáveis acerca do evangelho e da Igreja, bem como acerca das reformas que deveriam ser introduzidas .
Martinho Lutero no centro do seu pensamento estava convicto de que a reforma da igreja “não era tarefa de uma única pessoa, do pontífice, nem de muitos cardeais, mas unicamente de Deus”.
Na Reforma Protestante a liberdade do indivíduo é uma essência, no protestantismo essa liberdade reside na sua capacidade de sua consciência em julgar e decidir por si mesmo, por esse motivo Lutero é considerado um individualista, por não ter se deixado levar pela doutrina que era apresentada pela a Igreja Católica, discordando da forma com que a Igreja e os membros eclesiásticos agiam.
Lutero decidiu o que era melhor para si e o melhor para sociedade, expandindo assim sua visão além dos limites que lhe eram apresentados pela Igreja.
A liberdade individual tem como objetivo a livre prática da fé cristã sem as amarras do catolicismo.
Dessa forma observamos que o individualismo realmente foi presente na reforma protestante. Mas não parou por aí, sua contribuição também pode ser vista na formação da psicologia. Quando Lutero iniciou a reforma, suas ações despertaram a consciência individual de muitos, pois com ele surgiu a possibilidade de um novo direcionamento, no que se refere a se aproximar de Deus. Naquele momento não contava apenas o que a Igreja Católica ditava ser o caminho da salvação, no que se referia a prática do pagamento de indulgências para perdão dos pecados. Dentro do individualismo, Lutero demonstrou que o homem por si mesmo poderia buscar a Deus sem ter a necessidade de que alguém intercedesse por ele. O Homem como ser individual poderia agir e pensar por si, tendo uma comunhão direta com Deus. Havendo assim o desenvolvimento da iniciativa pessoal para que todos tivessem a oportunidade de terem esse conhecimento próprio. Lutero iniciou até mesmo a tradução do Novo Testamento do latim para o alemão para que mais pessoas tivessem acesso aos conhecimentos da Bíblia e tirassem suas próprias conclusões, tendo suas próprias experiências. A visão de Lutero naquela época não era voltada para psicologia. Mas ele contribui de forma positiva para sua formação, a partir do momento que despertou a consciência individual das pessoas, visando ter uma intimidade com Deus. Esse processo de conhecer seu intimo, ou seja, seu interior o que inclui seus pensamentos, na psicologia pode ser comparado a subjetividade que nada mais é que o espaço intimo do indivíduo. Com isso podemos dizer que Lutero contribuiu positivamente na psicologia, pois ele ajudou na formação do indivíduo. Este agora tinha a oportunidade de pensar e agir por si mesmo no desenvolvimento de novas crenças e valores, acompanhados de novas emoções, sentimentos e pensamentos.
REFERÊNCIAS:
Revista Espaço Acadêmico nº 82 março de 2008
Martinho Lutero: tempo, vida e mensagem editora Sinadal, autor Walter Altmam
Martinho Lutero e a Psicologia ( Josef Sidbrack)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia
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