quarta-feira, 30 de maio de 2012

AS EMOÇÕES DO PEQUENO CEREBRO


 Havia um pequeno cérebro que vivia dentro do crânio de certo homem chamado João Cascão que era um psicólogo, que exercia a ética em sua função, prestava serviço com qualidade, era muito sigiloso, seguia a risca o código de ética, e se sentia feliz por ter a consciência de estar fazendo o certo. O pequeno cérebro sabia disso,pois ele tinha acesso a todas as memorias e pensamentos do João. Mas naquele momento estava passando por situações a serem solucionadas por ele mesmo.


O pequeno cérebro era a parte mais desenvolvida e volumosa do encéfalo, pesava em cerca de 1,3 kg e possuía uma linda massa de tecido cinza-róseo. Era perfeito. Porém se sentia pequeno diante dos outros órgãos. Por diversas vezes observou o coração bombeando com muita alegria o sangue por todo o corpo do João Cascão. Era tanto afeto que o coração tinha pelos pulmões que bombeava o sangue do seu lado direito (pequena circulação) especialmente para eles. Estes retribuíam ao afeto recolhendo de dentro de si o oxigênio e liberando dióxido de carbono e retornando ao coração. Era tanta união entre eles que o pequeno cérebro passou a sentir raiva daquela situação.
 Irritava-se pelo simples fato de lembrar que os pulmões faziam o João respirar.


O pequeno cérebro estava cheio de tristeza, achando que não tinha tanta importância, quanto os outros órgãos.



Certo dia, o João sofreu um acidente e bateu a cabeça, levando a ter uma lesão o que afetou bruscamente o pequeno cérebro, o que fez com que o João tivesse perda dos movimentos sensoriais. Ele foi tratado pelos médicos por um bom tempo e com isso o pequeno cérebro voltou a ter suas funções normais. 



Foi então que deu por si que ele tinha grande responsabilidade por algumas funções do corpo do João. Passou a sentir uma alegria incrível o que fez com que transmitisse diversas conexões pelo corpo, informando que agora estava tudo bem. Observou que nunca esteve sozinho, já não tinha mais medo de ser rejeitado, reconhecia que seu papel era de extrema importância, pois era o principal órgão do sistema nervoso central. E tinha diversas tarefas a cumprir como: controlar a temperatura corpórea, a pressão arterial, a frequência cardíaca, a respiração; aceitava milhares de informações vindas dos vários sentidos, controlava os movimentos; deixava o João pensar, sonhar, raciocinar e sentir emoções. 


Desfrutou de tanta alegria que agora transmitia afeto aos outros órgãos, pois a seu ver todos deveriam estar bem e unidos. Não se enxergava mais como o pequeno cérebro mais como um gigante com grandes responsabilidades a cumprir. Mas com alegria constante e agindo com ética.
                             




quinta-feira, 3 de maio de 2012

O INDIVIDUALISMO PRESENTE NA REFORMA PROTESTANTE E SUA CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DA PSICOLOGIA.


Martinho Lutero marcou a chegada dos tempos na Europa, sua vida e sua obra é bastante conhecida nos dias atuais, as abordagens do século XVI permitem nos melhor situa lá na historia, e seu modo de viver em seu tempo. As leituras de suas obras nos fazem compreender o percurso de sua vida.
Lutero foi um monge reformador de Witenberg, a sua principal preocupação seria de qual forma ele obteria a salvação, sendo dessa forma decidiu tornar se monge, levando consigo o seguinte pensamento: “Como posso conseguir o amor e o perdão de Deus?”. Lutero descobriu que para se obter o perdão de Deus, não era necessário sacrifícios como a igreja apresentava, bastava somente o individuo apresentar fé em Deus .
Esse simples pensamento de Lutero deu origem a uma nova compreensão da Igreja em relação ao sacerdócio, da espiritualidade e da devoção. Ele acreditava que a Igreja necessitava de uma renovação e essa renovação se daria a partir do evangelho de Jesus Cristo e não pelas formas opressoras apresentadas pela a igreja.
Com todas essas mudanças a instituição eclesial não foi colocada em questão enquanto tal. É certo reconhecia se em maior ou menor grau o fator de haver abusos, mas a igreja em si não era rejeitada.
Os concílios afirmavam que “fora da Igreja Católica não há salvação” essa foi a tese desfeita por Marinho Lutero, que não acreditava que a salvação estava ligada a Igreja Católica, mas sim pela fé em Jesus.
O autor Walter Waltman no seu livro sobre Lutero dizia que a eclesiástica, ela própria, a hierarquia e o clero apresentavam evidentes sinais de fraqueza.
Outro ponto a ser destacado é referente as indulgências, era algo que ia contra as convenções da Reforma Luterana, pois segundo Lutero a busca de uma indulgência desferia um duro golpe na sinceridade da penitência. Pois a mesma era interpretada pela Igreja como a forma de remissão de uma pena que tinha sido imposta ao penitente, depois que ele tinha compensado sua falta e recebido a sua absolvição.
Baseando assim a ideia de que um ato pecador compreendia não somente uma falta, mas sim uma pena que o pecador devia cumprir sobre a terra ou no purgatório.
As atribuições das indulgências estavam atreladas as necessidades financeiras do papado. As indulgências a qual Lutero iria se levantar seria promulgada em 1506 e renovada em 1517. As somas que eram recolhidas eram destinadas a construção de basílicas e uma percentagem cabia ao arcebispo.
Lutero sempre insistia na necessidade de um verdadeiro arrependimento, pois esse arrependimento estaria ligado ao valor de sua contribuição.
A medida que Lutero se opunha a Igreja tradicional, surgiram de forma gradativa divergências notáveis acerca do evangelho e da Igreja, bem como acerca das reformas que deveriam ser introduzidas .
Martinho Lutero no centro do seu pensamento estava convicto de que a reforma da igreja “não era tarefa de uma única pessoa, do pontífice, nem de muitos cardeais, mas unicamente de Deus”.
Na Reforma Protestante a liberdade do indivíduo é uma essência, no protestantismo essa liberdade reside na sua capacidade de sua consciência em julgar e decidir por si mesmo, por esse motivo Lutero é considerado um individualista, por não ter se deixado levar pela doutrina que era apresentada pela a Igreja Católica, discordando da forma com que a Igreja e os membros eclesiásticos agiam.
Lutero decidiu o que era melhor para si e o melhor para sociedade, expandindo assim sua visão além dos limites que lhe eram apresentados pela Igreja.
A liberdade individual tem como objetivo a livre prática da fé cristã sem as amarras do catolicismo.
Dessa forma observamos que o individualismo realmente foi presente na reforma protestante.  Mas não parou por aí, sua contribuição também pode ser vista na formação da psicologia. Quando Lutero iniciou a reforma, suas ações despertaram a consciência individual de muitos, pois com ele surgiu a possibilidade de um novo direcionamento, no que se refere a se aproximar de Deus. Naquele momento não contava apenas o que a Igreja Católica ditava ser o caminho da salvação, no que se referia a prática do pagamento de indulgências para perdão dos pecados. Dentro do individualismo, Lutero demonstrou que o homem por si mesmo poderia buscar a Deus sem ter a necessidade de que alguém intercedesse por ele. O Homem como ser individual poderia agir e pensar por si, tendo uma comunhão direta com Deus. Havendo assim o desenvolvimento da iniciativa pessoal para que todos tivessem a oportunidade de terem esse conhecimento próprio. Lutero iniciou até mesmo a tradução do Novo Testamento do latim para o alemão para que mais pessoas tivessem acesso aos conhecimentos da Bíblia e tirassem suas próprias conclusões, tendo suas próprias experiências. A visão de Lutero naquela época não era voltada para psicologia. Mas ele contribui de forma positiva para sua formação, a partir do momento que despertou a consciência individual das pessoas, visando ter uma intimidade com Deus. Esse processo de conhecer seu intimo, ou seja, seu interior o que inclui seus pensamentos, na psicologia pode ser comparado a subjetividade que nada mais é que o espaço intimo do indivíduo. Com isso podemos dizer que Lutero contribuiu positivamente na psicologia, pois ele ajudou na formação do indivíduo. Este agora tinha a oportunidade de pensar e agir por si mesmo no desenvolvimento de novas crenças e valores, acompanhados de novas emoções, sentimentos e pensamentos.

REFERÊNCIAS:
Revista Espaço Acadêmico nº 82 março de 2008
Martinho Lutero: tempo, vida e mensagem editora Sinadal, autor Walter Altmam
Martinho Lutero e a Psicologia ( Josef Sidbrack)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia